Isto na música é mesmo assim, passam-se tempos sem que apareça alguma coisa boa e depois de repente, tungas somos atingidos por um martelo compressor e nem damos por ela. Quando finalmente nos damos conta do que se passou, já estamos colados ao som, assim tipo pastilha elástica na sola do sapato, e não descola e não descola e não descola, por mais que se esfregue no alcatrão.
Ora bem, serve a seguinte introdução para me referir a Devotchka. Pois bem, estes rapazolas têm um nome fantástico e um som ainda melhor. Para situar a coisa tente-se imaginar Emir Kusturica & The No Smoking Orchestra sem aquele ritmo frenético que mete tetraplégicos a dançar, a voz arrastada de Thom Yorke do Ok Computer, a sensibilidade de Antony and The Johnsons (e quando digo sensibilidade não me refiro a sensibilidades á lá Belle Dominique) e uma pitada de banda sonora do "Amelie" (aquele acordeão).
À primeira vista pode parecer uma salganhada de sons sem sentido, mas não. E para provar isso basta ouvir a música "How It Ends" para reparar (quem viu o Little MIss Sunshine sabe do que eu estou a falar). Ouvide e dizei-de de vossa justiça seus maganos.
Já que estou neste tema, aconselho também o último album de Jarvis Cocker (o caramelo de oculos grandes e amarelos, vocalista dos Pulp) e o segundo de Arcade Fire, que por acaso dia 3 de Julho vão estar num Festival Super Bock Super Rock da sua área de residência.......e eu também...