Um dia como tantos outros, Constantino toma a decisão mais importante dos últimos 10 minutos, atravessar a ponte do “um dia destes eu…” e arremessar com a sogra para um lar.
Desde “o dia em que o acontecimento se deu” a relação deles nunca mais foi a mesma. De facto ela nunca lhe perdoou o facto de ele, após mais uma noite de vigilância à cozinha, não lhe ter guardado uma pinga do carrascão costumeiro do pequeno-almoço, acompanhado por 2 sandes de banha de porco e paté de atum
A filha da velha, rapariga por cuja carteira Constantino teve a infelicidade de se apaixonar numa tarde em que se dignou a por de parte a sua acrofobia, histericou, só voltando a si uns minutos mais tarde, após 2 chapadas e uma ameaça contra a saúde da sua mais nova, Lulu (uma caniche com uma estranha mas evidente relação de afinidade com uma comunidade de pulgas da República Centro Africana) a quem o nosso herói já tinha prometido variadas vezes uma viagem ao Centro Comercial, na esperança de que esta se perdesse por lá de amores por um qualquer canídeo ranhoso que passasse por ela, de forma a que aquele pêlo encaracolado e polvilhado de trinca de arroz nunca mais se arrastasse pelo mosaico de sua casa.
Trancada e atada a metediça da mulher ao banco traseiro (o porta bagagens deixou de ser opção por falta de Guia de Transporte), o pandeco pôs-se em movimento, largando atrás de si uma nebulosidade que fez a vizinhança apanhar a roupa da corda e esperar pela chuva. A meio do percurso paragem para abastecer o fiel corcel e dar um saltinho à carteira da cota, que serviço de táxi é pago e a gasolina tem que ser a dividir pelos ocupantes, não vão os trocos faltar mais tarde para a bica cheia no café do venezuelano, que na verdade não passa de um peruano exilado a recuperar de um Acidente Vascular Cerebral que fez dele um emigrante neo-nazi judeu e seguidor de Hugo Chávez.
Chegado ao depósito de velharias e ineptos o cheiro a mofo entranhou-se-lhe pelas narinas à velocidade do cheiro a fralda com diarreia. Numa sala com 1 sofá e 3 cadeiras ocupados por alguém que já fora outrora força motora de um país, o cenário só era colorido pelo descortinar, aqui e ali, de algum musgo e verdete, bem como de uma evidente mancha de vomitado em cima da mesa das cartas, onde 4 rapazolas de 80 anos jogavam à sueca.
Entregue o peso morto a uma enfermeira de poucas palavras, já na menopausa e a poucos anos de ocupar um dos lugares do sofá daquela sala, um “adeus e até um dia destes” foi o suficiente para Constantino virar costas e sair porta fora para a liberdade. Sentado ao volante do carroço a olhar o horizonte, uma sensação indescritível inundou-lhe os pensamentos…felicidade? Alegria? Indiferença? Era só mesmo dor de garganta, nada que um drop Dr. Bayard não resolvesse...
Nunca ninguém disse que este blog era bom, veiculo de cultura, informativo, didáctico etc etc. Este fenómeno dá-se porque realmente o blog não preenche nenhum desses requisitos.
Contudo no meio da amálgama (nem sei se está bem escrito) anárquica que constituem os post deste famigerado espaço internáutico (bonito heiin) há uma tradição que ainda vai dar frutos, comemorar o dia 25 de Janeiro como Feriado Nacional.
Assim, caros comparsas desta recambolesca aventura digital (puungas mais uma linda) reunide-vos mais uma vez pois hoje é o dia em que tudo acontece, "o dia em que o Rei faz anos". Eusébio da Silva Ferreira nasceu no dia 25 de Janeiro de há uma remessa de anos, deu mais alegrias ao povo Português que o Pedro Álvares Cabral (aquela azelhice de descobrir o Brasil....devias ser espanhol tu), marcou mais golos pelo Benfica do que o Beto do sporting (a diferença é pouca), foi mais vezes operado do que o Mantorras e é o único Ser que me pode vir a fazer votar no Partido Monarquico.
Por outro lado hoje também faz uns quantos anos que faleceu em campo esse mártir hungaro Miklos Feher que, qual Che Guevara dos pelados e relvados mundiais, faleceu enquanto defendia a Causa Vermelha.
Se juntarmos a estes 2 aniversários o de Fernando Martins, ex. Presidente de Todos os Portugueses Bons Chefes de Familia, que nasceu ha muito mais remessas de anos que o Rei com o único desígnio de dar ao Mundo o Maior Estádio da Europa, facilmente se chega a conclusão que o dia 25 de Janeiro devia ser declarado Dia do Benfica, de Portugal e já agora do Camões.
Uma das grandes dúvidas que moia a cabeça de qualquer pensador mundial era saber o resultado do choque de um Mitsubishi Colt com um Mercedes de 1970..
Vai daí e imbuido de espirito Benjamim Franklim, resolvi colocar a minha vida em risco em nome do progresso ficçãó-cientifico e desperimentei a situação.
Como não sou nenhum parvinho tive o cuidado de o fazer à porta de casa, não fosse o diabo tecê-las e ainda ficava apeado prái no meio de nenhures á espera do reboque (e todos sabemos que pode ser perigoso estar no meio do nada à espera de um mecânico) e logo depois do pequeno almoço, que a coisa podia levar muito tempo a resolver e eu sou muito pouco resistente em termos de fomeca, a chamada "larica". Por outro lado tive o cuidado de chocar contra um Mercedes vermelho, seria inadmissível ser atropelado por um verde (aliás a comunidade cientifica nunca aceitaria isso como.....aceitável....).
O choque foi de belo efeito, é indesmentivel, a velocidade abrasadora a que o carro primitivo se deslocava ajudou, tendo inclusive o meu espelho retrovisor saltado indo embater na minha cara, provocando uma leve escoriação junto ao olho, nada que três cuspidelas de saliva não tivessem resolvido.
O que eu não contava é que dentro do carro do século passado viesse um condutor do milénio passado, um Flintstone das estradas de cabelo descolorado, calças camufladas, chapéu de rede na cabeça e uma 2ª classe muito mal tirada, cuja maior dificuldade foi preencher a declaração amigável e parar de dizer "bolas logo pela manhã".
Como é óbvio os estragos no Mitsubishi foram quase inexistentes, limitando-se a 1 capô, 1 guarda lama, 2 faróis, 2 piscas, 1 radiador, 1 ventoinha................ da próxima vez vou testar um camião cisterna carregado de sulfato de amendoa contra um Smart, conduzindo eu o pequeno camião, claro...
Prontinhes ja se passou o Natal e a passagem de ano, e a mim não se me apetece-me escrever mais acerca dos melhores de 2007. Com sorte acumula para 2008 e talvez em 2015 acabe a lista.
Entretanto o Mundo como que parou no ar durante um mês pelo que motivos para escrever aqui, chapéu, nickles.
Vida dificil a de blogueiro com responsabilidades sociais, opinion maker de milhões que anseia por escândalos e acontecimentos mirabolantes para dar azo ao seu parlapié. Felizmente eu não me insiro neste tipo de blogueiro e a minha única responsabilidade social é não arrotar em público.
De qualquer forma dava-me jeito uns acontecimentos indrominados para eu poder dar largas a toda a minha falta de criatividade e desabrochar para aqui umas patacoadas (frase fina esta hein?).
Entre as poucas novidades apraz-me constatar que já há um sitio onde a "esperança-de-vida-caso-não-faças-o-que-te-mandam" é mais baixa que no Porto, o Quénia. De um lado o Gang da Ribeira (nome requintado), do outro o Gang da Catana, nomes diferentes, objectivos iguais: sangue, muito sangue (e não me estou a referir a menstruação). Aliás, já há quem diga que o Quénia é o Porto de África, porque tal como no país dos atletas, a Tripolânda é essencialmente habitada por animais e por primitivos.
Quanto ao mais não me alargo em comentarios pela única razao de que realmente me aborrece escrever mais.