Paulo Carvalho lançou o 25 de Abril com uma música intitulada "E depois do Adeus?". Neste caso vamos versar acerca do "E Depois da Perfeição?".
É trigo limpo farinha amparo que o maior drama do artista é o trabalho seguinte à perfeição. Um tipo supera-se e depois pedem-lhe que supere a sua superação para que possa superar as expectativas. Musicalmente há quem tente repetir o que fez no trabalho anterior ou então há os que tentam fazer algo de novo. Strokes ou Interpol investiram na evolução na continuidade e sairam-se bem, U2 e Radiohead baralharam e voltaram a dar e enterraram-se mais do que um hipopótamo num pântano.
Serve esta introdução para me referir aos mais recentes albuns de Franz Ferdinand, Morrissey e Antony and the Johsons. Cada qual ja tocou a perfeição; Franz Ferdinand re-explodiu com o post-punk no 1º album, Morrissey mostrou que velhos são os que jogam dominó em "You are the Quarry" e Antony and the Johnsons trouxeram o cabaret rock de volta aos escaparates com "I am a Bird Now". Ambos os 3 cavaram um buraco lixado nos mais recentes albuns. Contudo não estou a falar de albuns falhados. Para um qualquer mortal músico seriam grandes albuns, para artistas desta estirpe são apenas....normais. De qualquer forma quem puder vale a pena passar o ouvido em "Tonight: Franz Ferdinand", "Years of Refusal" e "The Crying Light".
No ponto de partida estão agora os White Lies, estrearam-se com um albúm a matar, tipo entrada a pés juntos do Bruno Alves e deixam já cera no ouvido à espera do próximo álbum... De vocais roucos como manda a lei, ambiente pouco dado a sorrisos, letras que vão além da música, verdadeiras histórias de amor/morte ao nível de uns Okkervil River. Para ouvir insanemente enquanto não vem outra bolachinha deles..... uma normal serve. Para o bem da música.